3. Século XX. - Onda migratória causada pelas Guerras Mundiais e pela Revolução Húngara de 1956

A emigração húngara para a América Latina se intensificou no século XX como resultado das guerras mundiais e do fracassado levante húngaro do ano de 1956, sendo Brasil, Chile e México os principais destinos. Vários pintores, arquitetos, desportistas, bailarinos e outros artistas se viram obrigados a deixar a Hungria e a desenvolver seus talentos nas Américas. Entre eles destacam-se o fotógrafo Miklós Muray, amigo de Frida Kahlo, e o tradutor Pál Rónai, cuja tradução para o português da novela húngara “Os meninos da rua Paulo” continua sendo leitura popular entre os estudantes brasileiros. O húngaro mais conhecido na América Latina é provavelmente László Bíró, cuja invenção, a caneta esferográfica (chamado birome por sua empresa), se estendeu rápido por todo o mundo. No dia 29 de setembro, dia do aniversário de Bíró, é celebrado o Dia do Inventor na Argentina.

Ernő Dohnányi (1877-1960) pianista, compositor. Descendente de família de músicos de câmara, estudou piano e composição musical na Academia de Música de Budapeste. Ganhou vários prêmios e foi Diretor Geral da Academia de Música de Budapeste em várias oportunidades. Após o início da Segunda Guerra Mundial, teve que sair da Hungria. Viveu primeiro na Argentina e depois aceitou um cargo na Universidade Estatal da Florida (Florida State University) para o que se estabeleceu nos Estados Unidos. (Argentina)

Géza Maróti (1875-1941) arquiteto, escultor. No México, desenhou a cúpula de cristal do edifício mais emblemático da capital, o Palácio de Belas Artes, a cortina de cristal do cenário, assim como as esculturas que se encontram na cobertura do edifício. Grande parte de suas obras foi elaborada no atelier de Miksa Róth, em Budapeste, de onde foram trasladadas por navios aos territórios ultra marinhos. Dado que a construção do palácio foi interrompida durante a Revolução Mexicana, Maróti não regressou ao México, no entanto, seu nome foi conservado no edifício em uma placa comemorativa. (México)

Miklós Muray (Miklós Mandl ou Nicholas Muray, 1892-1965) estudou litografia, fotografia e reprodução fotográfica em Budapeste. Refugiou-se da Primeira Guerra Mundial nos Estados Unidos. Viveu e trabalhou em Nova York empregado pela editora Condé Nast. Na editora fazia negativos a cores e mais tarde abriu seu próprio estúdio onde trabalhou para Vanity Fair, Vogue, McCall’s, Harper’s Bazaar e The New York Times. Foi ele quem criou os primeiros laboratórios onde fez uma variedade de impressões coloridas de carbono. Frequentemente, tirava fotografias de celebridades e, dessa forma, conheceu Frida Kahlo com quem teve amizade próxima. Muray fez retratos dela os quais logo se converteram em suas obras mais conhecidas e preferidas. A amizade se transformou em uma relação. Durante o relacionamento de 8 anos, Muray viveu também no México e queria casar-se com Frida, mas a pintora famosa o considerou apenas como seu amante. Apesar disso, permaneceram bons amigos até a morte de Kahlo em 1954. (México)

Pablo Vidor (1892-1991) pintor. Obteve seu título em economia em Budapeste e depois estudou artes em Viena e Munique. Tanto o impressionismo como o expressionismo exerceram influência sobre suas pinturas. Em 1924, mudou-se para o Chile onde deu aulas na Universidade de Artes Plásticas e mais tarde foi nomeado Diretor do Museu de Belas Artes. (Chile)

Árpád Szenes (1897-1985) pintor. Estudou na Escola do pintor húngaro József Rippl-Rónai onde seus mestres foram Béla Iványi Grünwald e Károly Kernstok. Ganhou uma viagem de estudos pela Europa durante a qual se inspirou pelas artes plásticas alemães, italianas e francesas. Em 1935, mudou-se para Portugal de onde se transferiu para o Brasil cinco anos depois. No Brasil, fazia, principalmente, retratos e ilustrações de livros. Viveu 7 anos no Brasil, de onde regressou para a Europa. Suas obras percorreram todas as partes do mundo e, atualmente, podem ser vistas no Museu de Belas Artes da Hungria, na cidade de Pécs e foram igualmente exibidas no Brasil e em Portugal. (Brasil)

Ferenc Plattkó (1898-1983) jogador de futebol, treinador. Jogou como goleiro no clube húngaro MTK Budapeste no qual participou de 17 partidas e, por duas vezes, integrou a seleção nacional. Nos anos 1930, chegou a ser treinador do FC Barcelona. Depois, partiu para a América do Sul onde foi treinador do time chileno Colo-Colo e do time argentino River Plate e, mais tarde, foi técnico da seleção do Chile. Ao final dos anos 1940, foi treinador do time chileno Santiago Morning, depois do time argentino Boca Juniors e, mais tarde, novamente do Colo-Colo. Foi igualmente observador de jogadores no Brasil. (Argentina, Brasil, Chile)

László Bíró ou Ladislao Biro (1899-1985) inventor e pintor que se instalou na Argentina e, entre outros, é o inventor da caneta esferográfica. Em espanhol, em inglês, assim como em italiano, para expressar esferográfica (“bolígrafo”) se usa a forma derivada de seu nome (biro o birome). O aniversário de László Bíró é no dia 29 de setembro. A importância e influência de sua invenção exercida na sociedade está refletida na proclamação do dia 29 de setembro como o Dia do Inventor no país. (Argentina)

György Orth (1901-1962) jogador de futebol, treinador. Nasceu em uma família pobre de onde pode sair com a ajuda do futebol. Orth, no Clube Atlético de Erzsébetváros (distrito VII da capital húngara) de Budapeste, justificou seu talento com excelente jogada e com um tripleto, onde jogou como centroavante na idade de 14 anos. Alfréd Brüll o viu atuar em uma partida. Com o time MTK Budapeste ganhou o campeonato nacional oito vezes e, em 1918, foi eleito o melhor jogador de futebol do ano. Devido a uma lesão obtida em uma partida amistosa, em 1925, retirou-se e teve que emigrar para a América do Sul para tornar-se treinador. Teve êxitos como treinador no Chile, Argentina, Colômbia, México e Peru. (Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru)

Arnold Szelecz (1900-1972) pastor, missionário, organizador da igreja reformada. Em Pannonhalma foi nomeado o primeiro pastor dos húngaros no Brasil. Chegou em São Paulo em 1931. Depois de percorrer o Brasil, chegou a colônia Arpad (localizada no estado de São Paulo, na cidade de Caiuá) onde mandou construir uma igreja. (Brasil)

Lajos Jánosa (1902-1983) pintor, desenhista gráfico. Estudou na Academia de Artes Plásticas de Budapeste, onde seus professores foram Oszkár Glatz e István Réti. Foi agraciado com menção honrosa no salão primaveril da Sociedade Szinyei e na exposição de artes religiosas organizada pela Sociedade Benczúr. Em 1928, na Academia de Artes Plásticas de Budapeste, obteve o Prêmio Rothermere e, em 1929, o prêmio da capital. Fazia pinturas de paisagens e de gênero, assim como se dedicou às artes da igreja e realizou pinturas de altar. Ele pintou o afresco da capela de confissão da igreja paroquial de Esztergom e os retábulos da igreja de Gyulavarsánd. Em 1950, emigrou para o Chile onde foi diretor da Escola de Belas Artes de Valparaíso. Ali ganhou prêmios com suas paisagens e autorretratos de influência europeia. (Chile)

János Apostol (1903-1991) pastor reformado, fundador da Igreja Reformada Húngara brasileira em São Paulo. Em 1932, o Sínodo Universal Reformado da Hungria o enviou para o Brasil por 3 anos com o dever de fomentar o desenvolvimento da comunidade e a organização da igreja. Ao final, dirigiu a comunidade reformada local até sua morte. (Brasil)

Ákos Hamza (1903-1993) pintor. Estudou pedagogia visual na Academia Real de Artes Plásticas da Hungria. Após a graduação, como bolsista trabalhou em uma produtora cinematográfica. Quando regressou à Hungria fundou, junto com seus amigos, uma empresa cinematográfica. Sua primeira direção, o filme "Os meninos Gyurkovics", estreou nos cinemas em 1940. Abandonou o país em 1944. Rodou filmes na França e na Itália e, a partir de 1953, no Brasil. Com sua esposa Mária Lehel, que conheceu em Paris, instalaram-se em São Paulo. (Brasil)

Yolanda Mohalyi Lederer (1906-1978) pintora, pioneira das artes abstratas no Brasil. A artista nascida na Transilvânia, estudou pintura em Nagybánya e na Academia Real de Artes Plásticas da Hungria. Em 1931, chegou a São Paulo onde ensinou pintura. Conheceu Lasar Segal, pintor de origem lituana, que teve muita influência em suas obras e a introduziu nos círculos de artistas contemporâneos do Brasil. Posteriormente, o arquiteto Rino Levi a encarregou de pintar afrescos nas paredes da Capela do Cristo Operário desenhada por ele. Sua primeira exibição pessoal foi aberta 1945 e, em 1958, obteve o Prêmio Leirner. Suas obras se focalizam no ser humano e, por meio delas, apresentam os problemas sociais mais importantes como, por exemplo, o Desemprego (1931). Em 1963, na sétima Bienal Internacional de São Paulo, foi-lhe outorgado o prêmio de melhor pintor. (Brasil)

Tibor Weiner (1906-1965) arquiteto. Graduou-se na Universidade Politécnica de Budapeste, e depois estudou na Alemanha de onde foi expulso. Instalou-se na União Soviética e teve um papel importante no desenho do metrô de Moscou e nas construções urbanísticas. Dali emigrou para o Chile em 1939; trabalhou como arquiteto e deu aulas na Universidade de Arquitetura do Chile. Em 1953 foi condecorado com o Premio Ybl. (Chile)

Pál Rónai (1907-1992) historiador da literatura e tradutor. Aos 19 anos já fazia traduções de poemas em latim para revistas. Obteve um doutorado e logo começou a trabalhar como crítico. Publicou um livro de poemas brasileiros que foi traduzido por ele. Em 1941, foi deportado para um campo de trabalhos forçados, mas com a ajuda de seus amigos brasileiros, conseguiu fugir e emigrou para o Brasil. Ali começou a trabalhar como jornalista e ensinou latim e francês. Traduziu para o português a obra de Ferenc Molnár “Os meninos da rua Paulo” que até hoje é lido também nas escolas primárias do Brasil. (Brasil)

József Vándor, padre salesiano (1909-1979) nasceu como József Wech. Estudou teologia em Turim e foi ordenado sacerdote. Foi enviado para Cuba, por seus superiores da ordem em 1936. Seu caráter, espiritualidade e criatividade como pastor causaram profunda impressão na diocese de Santa Clara onde chegou com o propósito de construir o Instituto de Artes e Artesanato Rosa Pérez Velasco e de ocupar-se do cuidado pastoral dos crentes da Igreja Nossa Senhora do Monte Carmelo. O padre Vándor foi um líder espiritual solicitado, amável e amistoso. Seu coração sempre estava aberto aos jovens e adultos. Sua beatificação está em curso. (Cuba)

Lola Botka (1910-2006) bailarina. Começou seus estudos na Academia de Baile de Olga Szentpál-Stricker. Aos 18 anos, fez sua primeira aparição como bailarina profissional no Festival de Munique. Ali foi descoberta por Kurt Jooss. Encontrou também o amor na companhia de Jooss. Chegou ao Chile, em 1940, com a Companhia de Balé de Jooss que, no entanto, se dissolveu na Venezuela. Foi convidada por Ernst Uthoff a formar a primeira escola de dança e o primeiro balé profissional na Universidade do Chile. Foi membro do Balé Nacional Chileno. (Chile)

Sándor Lénárd (1910-1972) nasceu em uma rica família burguesa. Falava 13 idiomas e, antes do Anschluss, estudou medicina em Viena. Foi médico da Academia Húngara de Roma. Publicou seu primeiro livro de versos em alemão. Com sua esposa italiana, emigrou para o Brasil onde venceu um concurso televisivo e, com o dinheiro recebido, construiu uma casa em Dona Emma. Exerceu medicina em Dona Emma e, em seu tempo livre, traduziu livros do século XX para o latim, entre os quais Winnie de Pooh. Foi convidado a dar aulas nos Estados Unidos, mas, após um ano, voltou a Dona Emma. Em uma ocasião foi confundido com o Doutor Mengele, o que quase custou-lhe a vida mas, finalmente, conseguiu esclarecer as acusações. (Brasil)

Éva Todor (1919-2017) atriz. Seus pais, escapando da crise econômica após a primeira Guerra Mundial, fugiram para o Brasil. Desde criança estudou balé no Grande Teatro do Rio de Janeiro. Aos 17 anos casou-se com um diretor de teatro e, desde então, constantemente desempenhava papéis em comédias. Igualmente atuou em telenovelas e, assim, entrou na consciência pública e chegou a ser popular. Sua última telenovela foi exibida também na Hungria, onde ela fez o papel de Dona Cidinha em "Caminho das Índias". Aos 98 anos faleceu de pneumonia. (Brasil)

Vilmos Szőts (1917-1993) pintor. Realizou seus estudos artísticos em Bucareste e Budapeste. Continuou com sua arte representando as paisagens da Transilvânia e as personalidades da história húngara também no México. Desenhou vários interiores de igrejas e púlpitos nos Estados Unidos e no México. Seu legado – por não ter herdeiros – ficou guardado por muito tempo em armazéns. (México)

Árpád Fekete (1921-2012) jogador de futebol e treinador. Como jogador conseguiu fama internacional na Europa e, mais tarde ao finalizar sua carreira de jogador de futebol, estabeleceu-se no México onde começou sua carreira de treinador. Entre 1957 e 1990 foi treinador de vários times mexicanos. Em 1963 atuou, por um período curto, como técnico da seleção nacional mexicana. O time de Guadalajara ganhou dois campeonatos sob sua direção e o Club Desportivo Oro ganhou um. Além disso, dirigiu meia dezena de equipes na primeira divisão mexicana. É considerado uma figura emblemática do futebol moderno mexicano. (México)

György Tamás Farkas (1924-2011) fotógrafo. Nasceu em Budapeste, foi professor de fotografia e cinematografia no Brasil e é considerado uma das figuras mais importantes da herança cultural brasileira. Chegou ao Brasil quando era criança entre as duas Guerras Mundiais. No princípio fotografava companhias de balé e eventos desportivos e registrou a vida cotidiana de São Paulo e do Rio. Registrou a construção e inauguração de Brasília. 30 documentários e oito filmes constituem seu patrimônio. (Brasil)

Tibor Cseh (1925-2004) engenheiro químico, escritor. Emigrou após a Segunda Guerra Mundial por motivos políticos. Chegou ao Brasil em 1960. Depois trabalhou como engenheiro durante muito tempo para uma empresa estadunidense no México, Argentina e Canadá. Ensinou na Universidade Livre Kálmán Könyves de São Paulo e foi vice-reitor. (Argentina, Brasil y México).

Pál Kepenyes (1926-) escultor. Em 1950 foi encarcerado com acusações falsas e, após sua libertação, viveu em Paris e em Los Angeles e finalmente instalou-se em Acapulco, México. Na idade de ouro da cidade turística suas obras chegaram a ser muito populares entre as estrelas do cinema norte-americano. Suas clientes pertenciam aos mais altos níveis. Permanece ativo ainda hoje e realiza numerosas exposições. Nos leilões são frequentemente encontradas suas obras de plástico, esculturas e joias. Elaborou dois monumentos para a embaixada húngara que podem ser visitados ainda hoje na Cidade do México. Foi-lhe outorgada condecoração húngara por suas realizações e participou das comemorações por ocasião do 60° aniversário da Revolução de 1956, em Budapeste. (México.)

Lajos Bíró (1929-1993) paleontólogo, geólogo. Nasceu em uma família humilde e durante seus estudos recebeu apoio de seu professor de geografia. Estudou para ser professor. Como escoteiro adquiriu gosto pela natureza e inscreveu-se na Universidade Péter Pázmány para estudar biologia y geografia. Não foi capaz de financiar seus estudos e tentou fugir para exterior, mas foi capturado e encarcerado. Em 1957, escapou para a Iugoslávia de onde – graças a seus parentes – emigrou para o Chile. Continuou seus estudos na Universidade de Santiago onde obteve o doutorado e ensinou, sendo depois convidado para a universidade da cidade de Concepción. Durante anos reuniu importante coleção de paleontologia. Suas pesquisas se concentraram na ilha Quiriquina no Oceano Pacífico. (Chile)

Marika Gidali (1937-) bailarina, coreógrafa, líder do Grupo Staggium. Nasceu em Budapeste, no entanto, após a guerra, mudou-se para o Brasil com seus pais. Sua tia viveu em São Paulo onde ela começou a dançar e, aos 16 anos, já dançava na associação Aurél M. Milloss. Ao final dos anos 1950 fundou sua própria companhia. Foi coreógrafa de programas de televisão e de filmes musicais. Desempenhou papel importante na criação do balé moderno. Procurou fundir mundos de música e ritmo e técnicas de baile totalmente diferentes. Em 1971 fundou a associação que é famosa até hoje, o Grupo Staggium. Criou uma fundação para apoiar crianças e mulheres. Seus espetáculos de balé e suas coreografias são conhecidos e populares em todo o Brasil. Pelo seu trabalho foi condecorada pela UNICEF e pelo Estado brasileiro. (Brasil)

István Jancsó (1938-2010) historiador. Em 1944, abandonou a Hungria com sua família vivendo em acampamentos de refugiados durante 4 anos. Chegaram ao Rio de Janeiro onde a princípio viveram em condições difíceis. Posteriormente, graduou-se em ciências humanas e começou a pesquisar e ensinar no departamento de História da Universidade de São Paulo. István Jancsó é um historiador reconhecido em temas sobre o Brasil. Foi publicado um livro sobre sua obra e sua vida. (Brasil) 

József Ambrus (1944-) geólogo. Após a Segunda Guerra Mundial transferiu-se com sua família para o Chile. Estudou na faculdade de Geologia da Universidade do Chile e encontrou emprego nas minas da empresa Anaconda Copper. Posteriormente, fundou um escritório de pesquisa e consultoria de mineração. Descobriu várias jazidas de minério. Em uma das jazidas descobertas por Ambrus a empresa canadense TVX Gold abriu uma mina que foi dirigida por ele. Depois disso trabalhou com seu filho e fundaram uma nova empresa, a GeoVectra, da qual hoje em dia é presidente e consultor. (Chile)

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